Cabe dizer que contar histórias não é só narrar contos, no sentido restrito do termo. É também narrar fábulas, lendas, mitos, capítulos de novelas e romances, desde que apresentem uma estrutura sequencial completa. Como a maioria dos textos que tratam do assunto, com a palavra conto, englobamos aqui as diferentes categorias. A narração oral tem o poder de evocar emoções, de transportar a imaginação, de tornar real a fantasia. É uma arte que se conserva viva, à medida que viabiliza pela palavra, em sua condição mais simples, a oralidade e a memória do mundo.
É interessante destacar que os contadores populares narram, geralmente, seus próprios relatos e aqueles que lhes chegam pela tradição oral, com eficácia e encanto, de maneira intuitiva, com suas próprias técnicas, e que dificilmente poderão transmitir a outros, pois, deles, não têm consciência.
Nos dias de hoje, um contador de histórias conhece essas técnicas para contar, por havê-las aprendido de forma expressa e voluntária, o que exige um manejo amplo do idioma, e, como já dissemos, muita leitura. Você, professor, deve levar isto em conta: pode apurar a técnica considerando esses fatores.
A narração oral e a representação
A narração oral e a declamação se nutrem da poesia, mas é imprescindível não confundir ambas as expressões. O contador de histórias não trabalha com poema, e sim com prosa. Não se pode, como o declamador, repetir de forma tão idêntica a atuação. Cada ocasião implica sempre em uma experiência espontânea, natural, com ênfase, cortes e encaixes especiais na narração básica. Nada impede, no entanto, que uma sequência narrativa se apresente como a estrutura do poema, em versos e rimas.
O ator centra sua atividade no ato da representação, mesmo quando considera a existência real do público. Sua forma é a encenação. No caso do contador de histórias, a opção fundamental é a de narração, preponderando a presença específica do ouvinte e a comunicação. Por isso, no primeiro caso, os diálogos predominam, e no segundo, fortalece o estilo indireto.
O ator utiliza objetos, maquiagem, vestuário, cenário. Já o contador, normalmente, só dispõe de seus recursos corporais. O ator tem de se apresentar, fazer-se presente. Já o contador deve evocar: a atividade está no passado, e já se encontra terminada no momento de sua narração.
A narração oral e a narrativa
O contista escreve contos e o contador narra contos. O contador de histórias sintetiza o relato, dá a ele força e... vida! O contista possui só as palavras para apresentar os acontecimentos, enquanto o contador de histórias dispõe de voz, gestos, pausas, silêncios, movimentos, expressões.
O conto escrito é concebido para ser produzido e consumido na intimidade, em diferentes momentos. Já a narração oral é concebida para ser compartilhada. Em outras palavras, contar é um ofício solidário, escrever é um ofício solitário.
Aprimore seus conhecimentos, acessando os Cursos CPT, da área Educação Infantil, elaborados pelo CPT – Centro de Produções Técnicas, entre eles o Curso Educação Infantil - Literatura Infantil e Contação de Histórias.
Por Andréa Oliveira.
Acesse os links abaixo e conheça mais sobre contação de histórias na educação infantil:
Duração, tipos de conto e convidados
O desafio da leitura na escola
Este conteúdo pode ser publicado livremente, no todo ou em parte, em qualquer mídia, eletrônica ou impressa, desde que contenha um link remetendo para o site www.cpt.com.br.
Cursos Relacionados
Deixe seu comentário
Informamos que a resposta será publicada o mais breve possível, assim que passar pela moderação.
Obrigado pela sua participação.