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A aprendizagem significativa é possível, por meio do diálogo entre professor e alunos e entre os próprios alunos, ajudando-os a fazer conexões entre conceitos não bem interconectados. No entanto, isso ocorre em salas com menor número de alunos. Daí a importância de limitar o tamanho das turmas em disciplinas de grande demanda, mas isso não ocorre na realidade, afirma o professor Per Christian Braathen do Curso CPT de Aprendizagem Significativa.
Como ajudar os alunos a aprenderem melhor?
O processo de aprendizagem é fundamentalmente dependente do conhecimento que o estudante já possui. O seu conhecimento prévio. De fato, podemos compreender aprendizagem significativa como uma mudança no conhecimento já existente. Isso deve ser compreendido tanto do ponto de vista quantitativo (mais conhecimento sendo conectado ao conhecimento já existente) e, de grande importância, qualitativo (mudança na qualidade do conhecimento já existente em função do novo conhecimento).
Somos tanto capazes de aprender de forma mecânica como de forma significativa, dependendo de uma série de fatores. Um deles é o conhecimento prévio relacionado ao novo material a ser aprendido. O nosso conhecimento de um determinado assunto ou disciplina está em um lugar intermediário no intervalo MECÂNICO — SIGNIFICATIVO. Dessa forma, o desafio do educador será trazer o conhecimento existente mais para o lado significativo do intervalo.
“Isso quer dizer que, para mudarmos uma situação, devemos causar MUDANÇAS QUALITATIVAS, as quais também chamaremos MUDANÇAS CONCEITUAIS no conhecimento prévio já existente na estrutura cognitiva do estudante”, afirma o professor Per Christian Braathen.
No caso das turmas grandes, sendo a situação mais comum nas escolas, a solução parece-nos estar na ajuda externa à sala de aula, na forma de monitoria – bem executada e planejada, tutoria, aulas de reforço, trabalhos em grupos, entre outros. Todas as estratégias bastante conhecidas pelos professores e facilitadoras da aprendizagem.
Mudança qualitativa do conhecimento
Segundo Posner, o conhecimento de um dado assunto tem três níveis de “status”, podendo ocorrer mudança neste em um processo de aprendizagem significativa, por mudança qualitativa no conhecimento existente.
1. O primeiro nível é o de INTELIGIBILIDADE (I), quando o aprendiz entende o que se fala. Nesse nível, há poucas conexões entre conceitos, ou seja, o conhecimento é pouco significativo.
2. O segundo nível é o de PLAUSIBILIDADE (P), quando o conhecimento faz sentido para o aprendiz o que, evidentemente, só é possível quando um número maior de conceitos estão interligados, tornando o conhecimento mais significativo.
3. O último nível é o de UTILIDADE (U), que ocorre quando o aprendiz compreende para que serve o que está aprendendo, o que representa, podemos dizer, o máximo em significabilidade, quando um número muito grande de conceitos estão interligados.
Exemplo de mudança qualitativa do conhecimento
Em uma pesquisa de doutorado na University of Wisconsin, Madison, Estados Unidos, foi pedido aos estudantes envolvidos que ensinassem vários assuntos, ao longo de um semestre, antes e depois de uma intervenção tutorial. suas aulas foram transcritas e entregues a 6 juízes (professores universitários) para analisarem os resultados e, em relação a duas afirmativas, dessem “escores” em uma escala determinada.
Às duas afirmativas usadas para definir o resultado da análise desses juízes sobre o material transcrito, foram:
Afirmativa 1: O estudante sabe o assunto (sem se preocupar se este conhecimento é ou não significativo).
Afirmativa 2: O conhecimento demonstrado pelo aluno é significativo.
Foram analisadas as aulas anteriores à tutoria e posteriores a ela. No entanto, os juízes não sabiam que se tratava de pré-tutoria e pós-tutoria de um mesmo estudante. Pensavam que se tratava de estudantes diferentes. No pré-retroensino (aulas dadas antes da atividade de tutoria) houve muita discordância entre os juízes, enquanto no pós-retroensino (aulas dadas depois das atividades de tutoria referentes ao assunto abordado pelo aluno) a concordância foi ótima.
O que ocorreu foi que a maior parte dos juízes afirmou que os alunos que tiveram um melhor desempenho exatamente no pós-retroensino e um pior desempenho no pré-retroensino, indicando que atividades extraclasses, do semelhante à tutoria, quando as turmas são grandes, é uma excelente forma de melhorar o aprendizado.
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Por Andréa Oliveira
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