A fase mais cara e complicada da lavoura de café superadensada é a implantação. Em uma área onde geralmente se plantam pouco mais de três mil mudas de café, no cultivo superadensado, podem ser plantadas até 20 mil plantas. Isso significa ter de produzir ou adquirir um número muito maior de mudas e abrir um número de covas proporcionalmente maior, ou seja, seis, sete vezes mais mão de obra, em uma etapa que já é considerada muito cara na cafeicultura.
No entanto, o custo elevadíssimo do cultivo dos cafezais superadensados acaba sendo compensado por uma renda bruta proporcionalmente maior e, consequentemente, uma renda líquida muito compensadora.
Outra questão muito importante para a lavoura cafeeira superadensada é a precipitação. Devido ao grande número de plantas por área, a evapotranspiração é bem mais elevada do que nas lavouras de densidade tradicional, havendo, portanto, maior consumo de água. Daí a importância da quantidade de chuva que cai por ano na região e sua distribuição. Recomenda-se precipitação média anual mínima de 1500 milímetros.
Outro fator a ser observado pelo cafeicultor é a escolha da cultivar ou cultivares e linhagens adequadas para sua região ou tipo de lavoura. Na figura abaixo, são apresentadas cultivares de uso mais comum no país, com linhagens desenvolvidas pelo IAC (Instituto Agronômico de Campinas). Da mesma forma, são elencadas as principais características destas cultivares quanto ao porte, vigor, tipo de frutos, suscetibilidade à ferrugem, tamanho de grãos, entre outros.
Vejamos:
O preparo do terreno para o cultivo superadensado segue os mesmos passos da lavoura tradicional, (quando a declividade tornou possível a mecanização), com aração, de julho a agosto; gradeação, de setembro a novembro; locação e coveamento, com plantio em renque, nos meses de dezembro e janeiro. Nos locais de declividade maior, fez-se uma pré-limpeza do terreno e a seguir o coveamento.
O plantio do café pode ser feito, em fileiras duplas, formando linhas separadas por uma área de maior espaçamento. A escolha deste posicionamento das plantas na lavoura visa facilitar as operações de colheita e mesmo os tratos culturais e a adubação.
A metodologia de marcação das covas pode seguir o seguinte esquema: a fileira dupla tem plantas alternadas em zig-zag; entre cada duas fileiras duplas, existe uma pequena rua, chamada de carreadorzinho. As medidas utilizadas são as seguintes: entre cada planta em uma mesma fileira simples, 60 centímetros de distância; entre as duas fileiras simples, 40 centímetros de distância; e, entre cada planta de fileiras diferentes, 60 centímetros; a rua tem um metro e vinte centímetros de largura.
Na figura abaixo, pode ser observado este esquema de posicionamento das plantas e as medidas entre elas.
Vejamos:
Vale lembrar também que, no planejamento anterior à implantação da lavoura, os carreadores devem ser bem mais numerosos que na lavoura convencional. Isso porque, durante a colheita, o café é derriçado e rastelado para o carreador, onde é recolhido para a peneira e abanado, daí a importância de sua proximidade.
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Por Andréa Oliveira.
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