Você sabia que após colheitas sucessivas, os ramos produtivos do cafezal reduzem seu vigor, não havendo crescimento compensatório para a manutenção de produtividades satisfatórias, tornando-se necessária a realização de algum tipo de poda para acelerar a eliminação dos ramos pouco produtivos? Pois, acredite, é verdade e a solução nesses casos tem nome: poda!
A poda traz as seguintes vantagens para o cafeeiro:
- Aumenta a vida útil da planta;
- Melhora o arejamento das plantas em lavouras fechadas, permitindo, também, a entrada de luz no interior da copa;
- Facilita os tratos culturais e fitossanitários;
- Aumenta a área foliar em lavouras depauperadas, aumentando a tolerância à seca e reduzindo o índice de chochamento dos grãos;
- Recupera plantas que não atendem aos aspectos técnicos e econômicos desejáveis para a cultura;
- Minimiza o efeito da alternância de produção;
- Reduz a altura da planta, facilitando a colheita;
- Melhoria do solo pela incorporação da matéria orgânica proveniente do material podado;
- Aumenta o rendimento da planta em média 25%.
Poda de produção ou de frutificação
A poda de produção deve ser realizada com alguns cuidados e observações locais, verificando-se o grau de fechamento da lavoura, o nível de depauperamento das plantas, a evolução da produção e a dependência do produtor em relação à produção futura.
A poda de produção deve ser feita nos ramos que sustentaram três ou mais produções e se tornaram pouco produtivos; nos ramos que sofreram seca de ponteiro; naqueles que, por alguma razão, se encontram sem ou com poucas folhas e nos que se curvaram demasiadamente, promovendo o fechamento das ruas.
Após dois ou três anos de condução das plantas com poda, forma-se um ciclo, de tal forma que, para cada ramo podado, existirão outros mais novos, já na fase de produção para substituí-los.
- Critérios para a escolha dos ramos
Os critérios para escolha dos ramos devem ser analisados, considerando cada planta, isoladamente. Os ramos devem ser cortados, preferencialmente, à altura de 20 a 50 cm da superfície do solo ou logo acima do ramo de espera.
Dessa forma, evita-se que a planta fique muito alta, dificultando a colheita. Anualmente, juntamente com a poda dos ramos velhos, deve ser feita a eliminação dos ramos estiolados, retirando-se brotos localizados no interior da planta. Esses brotos, normalmente, têm pouco espaço para crescer.
- Desbrota
Dois meses após a poda, deverá ocorrer uma desbrota, principalmente, nos ramos que foram podados, deixando-se preferencialmente, as brotações mais vigorosas que se desenvolveram na base dos ramos podados e que se acham voltadas para fora da copa. Como regra, deve-se deixar apenas um broto por ramo podado.
Época da poda
A poda deve ser anual e, preferencialmente, após a colheita, porém, antes da floração. Esta época é a mais adequada, porque o cafeeiro se encontra em repouso vegetativo, o que coincide com a época seca.
É importante que a poda seja feita antes da floração para que o agricultor não hesite em retirar os ramos velhos e improdutivos. Esses ramos, ainda que tenham uma pequena florada, devem ser eliminados para que não prejudiquem o desenvolvimento de outros mais vigorosos.
No entanto, caso não seja possível fazer a poda nesse período, ela poderá ser efetuada até setembro. A poda deve ser feita de modo a deixar 16.000 hastes por hectare. O número de ramos a cortar vai depender, então, do espaçamento entre as plantas.
Poda de renovação – recepa
A recepa consiste em eliminar a parte aérea da planta, cortando o tronco a uma altura de 20 a 40 cm do solo. É um tipo de poda drástica, que deve ser aplicada nos casos em que não é mais possível fazer revigoramento com poda de produção.
O conilon responde significativamente a essa prática, apresentando uma grande capacidade de rebrota. Em lavouras depauperadas, recomenda-se deixar um “pulmão”, ou seja, um ramo com folhas, que fornecerá energia para a planta, tornando a recuperação das brotações mais rápida e com baixa incidência de plantas mortas.
Considerando que a produção posterior à recepa ocorrerá somente após dois anos, é aconselhável que essa prática seja realizada de forma parcelada. Após a recepa, é necessário fazer uma poda, deixando-se aproximadamente seis a sete hastes por cova. Uma nova desbrota se fará necessária dois a três meses após a primeira.
Considerando também a intensa brotação que, normalmente, se forma e para proporcionar melhor desenvolvimento inicial a esses novos brotos, há necessidade de se fazer uma adubação nitrogenada trinta dias após a recepa.
Restos da cultura
Os ramos cortados deverão ser enleirados próximo à planta e não serem queimados, como é comum entre alguns produtores. Esse material se decompõe, devolvendo ao solo nutrientes, melhorando o teor de matéria orgânica do solo, promovendo maior retenção de umidade do solo e reduzindo a competição de ervas daninhas.
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Por Silvana Teixeira.
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Comentários
Adilson Donizeti Minatel
3 de jul. de 2023Muito bom!
Resposta do Portal Cursos CPT
3 de jul. de 2023Olá, Adilson Donizeti Minatel! Como vai?
Agradeço sua visita em nosso site!
Verifiquei no meu sistema que um consultor da empresa está tentando contato com você, para passar informações sobre a área desejada. Nosso DDD é 31.
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JOSE TADEU JAVARONI
4 de nov. de 2014Aprimora nosso conhecimento, deixando em condição técnica adequada.
Resposta do Portal Cursos CPT
5 de nov. de 2014Olá, José Tadeu!
Agradecemos sua visita e comentário em nosso site.
Ficamos felizes que tenha gostado do nosso artigo sobre Café Conilon.
Atenciosamente,
Ana Carolina dos Santos