A broca-do-café é considerada uma das principais pragas do cafeeiro no Brasil e a EPAMIG, coordenando em Minas Gerais o Sistema Estadual de Pesquisa Agropecuária, há tempos vem desenvolvendo trabalhos de pesquisa sobre essa praga buscando informações sobre sua flutuação populacional, monitoramento, épocas de controle, defensivos mais eficientes e outros, para que os cafeicultores mineiros, conhecendo-a e controlando-a, possam produzir cada vez mais um produto de qualidade para atender ao mercado interno e às exportações.
Controle
Existem três métodos de controle da broca-do-café: cultural, biológico e químico.
- Controle cultural
Na colheita do café, deve-se evitar frutos nas plantas e no chão, porque a broca poderá sobreviver neles durante a entressafra, para infestar, posteriormente, a nova frutificação. Sendo assim, aconselha-se a prática da catação por terceiros após a colheita e varrição do café. Deve-se também, com o intuito de reduzir fontes da broca, eliminar cafeeiros não explorados comercialmente, como, por exemplo, talhões velhos e já improdutivos e as lavouras abandonadas, bem como estimular os vizinhos a fazer o mesmo e também controlar a praga. Em situações de talhões com pequena carga pendente, o que resultará numa colheita rara, sem retorno de qualquer lucro para o cafeicultor, recomenda-se não colhê-los desde que o cafeicultor inicie o monitoramento da broca na lavoura por esses talhões. Assim, para as colheitas normais, para aquelas malfeitas e para as lavouras ou talhões não colhidos, o monitoramento sistemático da broca é a prática recomendada pela pesquisa, para se evitar qualquer prejuízo causado pelo inseto.
- Controle biológico
O controle biológico da broca-do-café, para ser utilizado pelo cafeicultor, praticamente inexiste. Um predador ocasional no Brasil é a formiga Crematogaster curvispinosus (Hymenoptera: Formicidae), que destrói grande número de formas imaturas da broca nos frutos.
- Controle químico
Como o ataque da broca não se distribui de maneira uniforme em uma lavoura, recomenda-se o controle químico apenas nos talhões, cuja infestação da praga já atingiu ≥ 3 a 5%. O controle químico da broca poderá ser feito conjuntamente com o da ferrugem e com a aplicação de micronutrientes em adubações foliares. Quanto ao controle químico da broca, uma dúvida entre os cafeicultores deve ser eliminada, e merece uma explicação definitiva: na pulverização, que visa matar os adultos da broca na galeria dos frutos broqueados, deve-se trabalhar com concentração da calda inseticida (0,5% ou 500 mL do produto comercial/100 L de água), ao invés de dosagem/ha (1,5 a 2,0 L/ha), dada a maior eficiência daquela. Nos cafés adensados, o controle químico da broca é muito difícil, lento, menos eficiente e oferece maior risco de intoxicação ao operador.
Conheça o Curso CPT Pragas do Cafeeiro - Reconhecimento e Controle.
Por Silvana Teixeira.
Este conteúdo pode ser publicado livremente, no todo ou em parte, em qualquer mídia, eletrônica ou impressa, desde que contenha um link remetendo para o site www.cpt.com.br.
Deixe seu comentário
Informamos que a resposta será publicada o mais breve possível, assim que passar pela moderação.
Obrigado pela sua participação.